As culturas de milho na Roménia estão sob stress significativo este ano, com indicadores de stress térmico e de seca a mostrar tendências alarmantes, disse Gabriel Razi da empresa romena HARVISTA durante o Trend & Hedge Club, informa a ASAP Agri.
O principal problema deste ano é o stress térmico, que tem retirado a humidade do solo mais rapidamente do que o habitual desde meados de Junho. Em Julho, as temperaturas subiram para 40 graus durante um período crítico de polinização do milho, e este calor extremo foi ainda mais agressivo em Agosto.
“Em junho, a colheita parecia promissora e os agricultores estavam otimistas. Contudo, o calor extremo e a seca em Julho e Agosto levaram a uma rápida deterioração da colheita de milho. Os rendimentos são reportados entre 2 e 4 t/ha para campos irrigados e abaixo de 1 t/ha para campos não irrigados, o que está bem abaixo do rendimento romeno habitual de até 15 t/ha. As melhores colheitas são esperadas nas regiões ocidental e central da Roménia, o que ainda pode contribuir para o mercado”, acrescentou.
Segundo ele, a colheita de milho na Roménia em 2024 está estimada em 7,7 milhões de toneladas, o que é 30% inferior à do ano passado. Num ano típico, a Roménia colhe cerca de 12 milhões de toneladas de milho. As importações poderão aumentar para 730 mil toneladas contra 380 mil toneladas no ano passado.
“Surgiu um prémio invulgar: os consumidores locais pagam 40-50 euros/t mais do que os compradores do porto de Constança. No entanto, este prémio pode não durar durante toda a época, uma vez que a Roménia pode complementar a sua menor colheita de milho com importações de países como a Sérvia”, disse Razi.
As exportações de milho da Roménia poderão cair significativamente, atingindo apenas 2,2 milhões de toneladas, em comparação com os 4,4 milhões de toneladas do ano passado. Entretanto, espera-se que a Europa Ocidental tenha amplos fornecimentos de milho devido às chuvas deste Verão, e países como a Espanha deverão comprar milho a França, Brasil, Argentina ou Estados Unidos.